terça-feira, 8 de maio de 2012

O Silêncio de Maria


Nos relatos dos evangelhos, há poucas citações da presença de Maria junto a Jesus. Porém em quantidade, não em qualidade.
Ela aparece no momento do encontro com o Anjo Gabriel, na visita a Isabel, aos pés da cruz e no Cenáculo, onde houve a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos.
Na vida pública de Jesus, Maria pouco aparece, permanece em Silêncio. Esse Silêncio dela pode ser percebido em Lucas 2,19: "Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as, em seu coração". Ela pouco fala, deixa espaço para que seu filho fale. Maria é discípula, e para aprender, devemos muitas vezes nos silenciar, ouvir, colocarmo-nos em situação de escuta atenta.
Deus fala conosco de diversas maneiras. No princípio, temos a narrativa em Gênesis, deus disse "Faça-se a luz", e a luz se fez. A questão da Palavra é muito importante e simbólica. Deus fala e as coisas acontecem. Enquanto discípulos, devemos fazer como Maria, colocarmo-nos a Sua escuta, ouvir o que Ele tem a nos dizer, seja através de um amigo, de familiares, através da Palavra Viva, que é o próprio Cristo, o Verbo de Deus feito homem, ou até mesmo da realidade que nos cerca! Deus se faz presente e procura comunicar-se conosco de diversas formas, basta que abramo-nos para Ele.
O silêncio não é calar. Silenciar é escutar o mais profundo de tudo e de todos. Que possamos, neste mês de Maio, aprender um pouco mais com a Mãe de Jesus, a silenciar as muitas vozes que nos rodeiam, e permitir que Deus fale em nosso intimo. Mesmo que não compreendamos de imediato, guardemos em nossos corações e meditemos como Maria.
(texto baseado no artigo "Maria do silêncio e da partilha", de Padre Marcos Sandrini, SDB, publicado no Boletim Salesiano de Maio-junho de 2012)


Rodrigo Adamo

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